Drenagem de Hematomas Intracerebrais Profundos com Estereotaxia

A drenagem de hematomas cerebrais espontâneos supratentoriais com base em técnica de endoscopia, estereotaxia e guiada por neuronavegação é utilizada em vários centros e grupos selecionados de pacientes. A recuperação funcional a longo prazo destes pacientes ainda aguarda validação, mas há indícios de que há diminuição do tempo de internação, menor índice de infecção hospitalar e melhora do nível de consciência. Foi realizado estudo piloto coordenado pelo neurocirurgião Dr. Carlos Mattozo utilizando a técnica de drenagem de hematomas intracerebrais em pacientes não comatosos por aspiração com base em arco de estereotaxia.

Os parâmetros utilizados para escolha foram rebaixamento do nível de consciência prolongado, permanência do hematoma no exame de tomografia axial computadorizada de crânio (TAC) com efeito de massa após 7 dias e déficit motor incapacitante. A localização do hematoma em todos os pacientes era subcortical (gânglios da base) e o volume médio foi superior a 15mL. Todos apresentavam déficit motor e não apresentaram melhora do nível de consciência após 7 dias de internamento.

Os exames de imagem realizados no pós-operatório demonstraram drenagem efetiva do hematoma em 75% dos casos. Nestes pacientes ocorreu melhora do nível de consciência, déficit motor e déficit de linguagem.

A drenagem de hematomas intracerebrais espontâneos supratentoriais por estereotaxia na sua fase tardia, considerada neste trabalho como acima de 7 dias, demonstrou ser extremamente eficaz em uma amostra aleatória de pacientes. A confirmação da melhora do quadro neurológico no primeiro dia de pós-operatório foi fator determinante para tal afirmativa. O fato de a cirurgia tardia com aspiração por estereotaxia trazer benefícios imediatos para pacientes em uma amostra aleatória, deve ser encarado como um novo horizonte a ser estudado, pois pacientes com diversos perfis obtiveram melhora com o mesmo método. Por outro lado deve-se considerar que a presença de comorbidades como diabetes e hipertensão arterial severa devem ser ponderados antes do procedimento. Esta técnica de estereotaxia é utilizada pelo neurocirurgião Carlos Mattozo em sua clínica de neurocirurgia em Curitiba.